Embolia gasosa: saiba quais são os perigos e as consequências desse fenômeno
02/05/2023

Embolia gasosa é uma situação que pode ocorrer em diferentes procedimentos cirúrgicos e é caracterizada pela entrada de bolhas de ar no interior dos vasos sanguíneos.

Essa entrada de ar obstrui a circulação, o que pode fazer com que algumas regiões do corpo não sejam irrigadas, provocando uma deficiência de oxigenação.

Essa falta de irrigação é potencialmente perigosa, principalmente quando atinge regiões como o cérebro e o miocárdio, que são muito sensíveis às baixas taxas de oxigênio.

O que é embolia gasosa?

A chamada embolia gasosa, também conhecida como embolia por gás, é a obstrução dos vasos sanguíneos em decorrência da presença de bolhas de ar em artérias e veias.

Essa condição, apesar de rara, gera mortes em, aproximadamente, 30% dos casos e está associada normalmente a procedimentos médicos, tais como craniotomia, angiografia, ventilação mecânica, cesariana e procedimentos com circulação extracorpórea.

Além disso, pode ocorrer embolia gasosa em acidentes de mergulho, em que pode acontecer a expansão do ar retido nos pulmões do mergulhador no momento da subida.

Essa expansão ocorre em razão da diminuição da pressão à medida que ocorre a subida para a superfície. Com isso, o ar passa para a corrente sanguínea e provoca bolhas, que acabam impedindo o fluxo normal do sangue.

Consequências da embolia gasosa

A embolia gasosa é um evento grave que pode, até mesmo, levar à morte. A gravidade, no entanto, dependerá do volume e da taxa de infusão de gás e das estruturas que forem atingidas.

A embolia gasosa pode ocasionar a obstrução do fluxo sanguíneo para diversas partes do corpo, sendo potencialmente fatal quando ocorre no coração e no cérebro, que são regiões muito sensíveis a condições de baixa concentração de oxigênio.

Quando a embolia gasosa obstrui o tronco pulmonar, desencadeia uma sobrecarga aguda do ventrículo direito, o que provoca a insuficiência cardíaca aguda, sendo um problema grave para aqueles que possuem problemas cardiovasculares prévios. Quando atinge o pulmão, pode provocar inflamação pulmonar, a qual leva ao edema pulmonar e prejuízo na função do órgão.

Em alguns casos, a embolia gasosa afeta apenas um órgão, porém, em outras situações, o gás segue para várias partes do corpo.

Sintomas e tratamentos

Os sintomas mais comuns de embolia gasosa são: falta de ar súbita, dor no peito, tontura, náusea, confusão e perda de consciência.

Ao surgirem os sintomas, deve-se iniciar imediatamente o tratamento, em que se faz necessário o suporte respiratório e circulatório.

No caso da embolia gasosa venosa, geralmente, coloca-se o paciente em uma posição conhecida como posição de Trendelenburg ou em decúbito lateral esquerdo.

Além disso, é administrado oxigênio a 100% ou adotada a oxigenoterapia hiperbárica, em que o paciente é colocado em um ambiente com oxigênio puro e com pressão superior à atmosférica.

Essa técnica diminui o tamanho do êmbolo e previne o edema cerebral. No caso da embolia gasosa arterial, algumas das técnicas adotadas são a terapia com oxigênio hiperbárico; a terapia de infusão, que atua reduzindo a viscosidade sanguínea; e a hemoconcentração, além do uso de anticoagulantes e barbitúricos. Estes últimos reduzem o consumo de oxigênio cerebral e a pressão intracraniana.

Diferença entre embolia gasosa e embolia pulmonar

A embolia pulmonar é uma situação que ocorre como consequência da formação de um trombo de sangue, o qual se desloca até a artéria pulmonar ou um de seus ramos, provocando sua obstrução. Os trombos, geralmente, surgem no sistema venoso profundo dos membros inferiores.

A embolia pulmonar diferencia-se da gasosa, pois, esta última não apresenta o envolvimento de trombos de sangue, sendo a obstrução do fluxo sanguíneo ocasionada pela presença de gás nos vasos sanguíneos.

AD